sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Douglas foi fominha, mas...

Houve um aspecto positivo no fato de o habilidoso meia não ter passado a bola para Ronaldo como todos esperavam: o time não pode depender do Fenômeno. Claro, isso não exclui a possibilidade de ele ter sido fominha, porquê foi - mas o sinal de que há quem assuma responsabilidades mesmo tendo o craque ao lado, no campo, por mais inoportuna que parecesse naquele instante, foi um alento.

Afora isso, todas as críticas e broncas que o camisa 10 corinthiano provavelmente recebeu - de companheiros de equipe, de jornalistas, dos filhos - já deve ser suficiente para evitar qualquer disputa estúpida de egos. Mesmo porquê a idéia de aparecer na foto da comemoração do primeiro gol de Ronaldo no Brasil depois de 15 anos, aparecendo para todo o mundo abraçado com o craque, basta para pensar em ser menos fominha da próxima vez. Mais ou menos como o 9 não foi, por voltas dos 43 minutos do segundo tempo, quando todos esperavam um chute improvável, mas arisco, do maior artilheiro das Copas...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sobre alguns posts abortados

“É que há distância entre intenção e gesto...” Fado tropical (Chico Buarque e Ruy Guerra)


Ser jornalista é uma paga, mas há muito maior pena em frustrar-se no resultado do trabalho do que propriamente em trabalhar. Se cabe ao jornalista a dura obrigação de estar sempre “por dentro de tudo que acontece no mundo”, de pesquisar e achar respostas e soluções para problemas que talvez nem os peça, de desenvolver a habilidade de enxergar coisas onde ninguém mais vê, além de saber transmitir tudo isso com clareza e precisão, o peso desses deveres para um estudante é ainda maior em razão dos demais compromissos e da “irremuneração” que o caracteriza. Eu particularmente tenho uma sincera hipótese sobre a psicologia reversa existente desde a educação pré-escolar até os confins da Universidade, através da qual, invariável e definitivamente contra nossa natureza, ansiamos por trabalhar; mas isso é uma outra história...

O fato é que, um certo dia, precisamente no dia 12 de dezembro do ano passado, deu-me na telha escrever sobre todos os assuntos prementes que envolviam especialmente o futebol brasileiro, mais um punhado de três dicas de reportagem. As mãos se contorciam freneticamente sobre o teclado, buscando apreender toda idéia que teimava em se mostrar fugidia. Um e outro desses posts eu cheguei a completar, talvez com algumas edições em dias posteriores. A maioria das mensagens ficou com alguns parágrafos incompletos, e alguns ainda não passaram de uma frase ou do próprio título como deixa para um desenvolvimento posterior. Escrevi mais um post novo três dias depois; e em mais dois, novamente outro, somando doze textos acumulados no rol de postagens. Estava contente de ter sido tão produtivo e de levantar o que poderia ser até 80% do volume de material (não necessariamente dos assuntos) a ser publicado na pré-temporada! Eu não quis postar múltiplas mensagens num só dia (o famigerado 12/12), então resolvi esperar alguns dias para publicá-las a conta-gotas.

No entanto, férias são férias; e vosso malemolente blogueiro caiu nas graças da benfazeja preguiça, esquecendo completamente de postar algumas das mensagens já completas - que, aliás, poderia programar para serem publicadas cada qual em momento diferente, fui saber depois.... Talvez eu pudesse me justificar com a sempre infalível desculpa das festas de fim-de-ano; porém, antes de tudo, não tenho jeito de mentiroso: reconheço o peso das festividades (assim como a da internet daqui de casa, que de larga só pode se dizer a respeito de nossa paciência), mas não são motivo suficiente para deixar de dar alguns cliques e publicar o que não custaria mais do que poucas ou nenhuma nova vírgula...

Se leite derramado não se chora, posso ao menos fazer menção honrosa e citá-los aqui, como uma homenagem póstuma. Alguns não relacionarei logo abaixo, especialmente as dicas de reportagem, pois ainda são aproveitáveis para outros momentos. Por fim, quem sabe, até possa usar um e outro por ora descartado em uma nova oportunidade... enfim, chega de blá-blá-blá: a seguir, os posts abortados com uma breve descrição do que se pretendia que fossem.

2008.12.17 - Ninguém tem olhos para o Mundial...
Neste post completo, uma breve passagem pelos resultados dos jogos preliminares do Mundial Interclubes, no Japão. Falávamos principalmente sobre a indiferença que se percebia aqui no Brasil quanto ao torneio; afinal, quem seria a LDU para fazer páreo aos Diabos Vermelhos como outrora fizeram Santos, Flamengo, Grêmio, Corinthians, São Paulo, Internacional...

2008.12.15 - O Flamengo precisa acertar "o Cuca"
Aproveitando o oportuno trocadilho (entre “Acertar o Cuca” e “Acertar a Cuca”), a matéria dava conta de um rápido levantamento acerca dos sucessos e fracassos dos últimos trabalhos realizados pelo técnico e pelo clube, prognosticando as chances dessa parceria dar certo.

2008.12.12 - O Flamengo em 2008: de Bacantes e Apolíneos
Bacantes eram os jogadores, que só ensaiavam espetáculos individuais e coletivos no campo e, fora dele, mais de uma vez se envolveram em. Bacante era a torcida, eufórica: lembremos do grito “Que torcida é essa?”. Baco era Joel Santana, o deus do delírio e da embriaguez a trazer a tiracolo seu herói folclórico: Obina! Nesse contexto, após uma súbita e frustrante interrupção - como é todo fim de bacanal – chegaria um apolíneo Caio Júnior, que fez até muito mais do que se esperava, mas não “casou” com o Flamengo. O texto estava completo.

2008.12.12 - 2008 - Sobre sonhos e contratações
Discutia as principais contratações envolvendo o futebol brasileiro: seja pela lista de “reforços” dos clubes, seja pela venda dos jogadores do país. Entre estes, destaques para Ronaldo e Thiago Silva; sobre os clubes, uma crítica aberta ao comando palmeirense, que desmontou e montou mais de um time inteiro como se do dia pra noite. Àquela altura não acreditava que poderia dar certo...

2008.12.12 - 2009 - Quem chega forte em 2009
Fazia avaliações sobre os principais elencos do Brasil no fim do ano, fazendo projeções a partir do que apresentavam de bom futebol, contratações, competições etc. Indo ao que interessa, mantenho minhas apostas, talvez adicionando o Palmeiras (caso a discutir): Internacional, Corinthians, Fluminense e São Paulo. Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras “correriam por fora” por conta da disputa da Libertadores e mereciam breve menção.

2008.12.12 - Caio Júnior: ainda buscando seu caminho...
Quinto lugar do Brasileirão com o Flamengo em 2008. Quinto com o Palmeiras em 2007. Quinto até com o Paraná, em 2006, quando o jovem treinador foi projetado pela classificação do clube para a Libertadores (naquele ano, o São Paulo abriria uma vaga adicional ao ser campeão da taça nacional na edição corrente e da continental no ano anterior). Caio Júnior precisa de um resultado de afirmação, como Celso Roth pareceu ter ensaiado em 2008. Talvez aquele estágio no Oriente Médio tivesse sido mais proveitoso, mas propostas do mundo árabe não faltarão...

2008.12.12 - Luxa: ele não é mais o mesmo...
Luxemburgo, que já foi herói da Academia com o ataque de 102 gols, chegou a ser agredido por uma facção de torcida organizada, num aeroporto de São Paulo. Mas eram os resultados que diziam: Vanderlei já não era mais o mesmo. Não ameaçara levar o Brasileirão por mais do que duas rodadas no meio do campeonato. Não fora campeão desde então (a não ser de um Paulista) e nem metia mais medo em ninguém desde que voltara do Real Madrid como (dizem as más línguas) um fracassado. Não se sabe se foi a sua “Escola de Futebol” (o Instituto Wanderlei Luxemburgo, IWL), suas associações obscuras com empresários e cartolas, ou se, simplesmente, ele perdeu a mão. A situação parece diferente hoje, mas ainda há pontos a esclarecer (um texto com as previsões sobre Luxemburgo e Palmeiras deverá ser publicado em breve).

2008.12.12 - De como Ronaldo foi parar no Corinthians
Nenhum clube brasileiro tem saldo suficiente para custear os salários do Fenômeno: isso é fato! A despeito de toda a indignação que alguns flamenguistas (e jornalistas!) nutriram pelo centroavante, é bem possível que este não tivesse muita escolha senão dar adeus à Gávea. Então, o mote do post girava em torno de seu patrocinador vitalício, a Nike, que certamente não teria interesse de entregar seu maior capital no futebol sulamericano a uma concorrente (o Flamengo rompera com ela recentemente e fechou com a Olympikus). Provavelmente custeando o seu salário, a fornecedora logo tratou de encaminhar Ronaldo para o clube com a segunda maior torcida do Brasil, o Corinthians, no que pode ser considerado o grande acontecimento na História do marketing esportivo brasileiro.