quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Freedom's Fury

Lembrei de outro documentário sensacional sobre esportes: Freedom's Fury (Fúria pela Liberdade). Basta apresentar os ingredientes para imaginar a receita pronta: Jogos de Melbourne, 1956, Pólo Aquático. Hungria versus União Soviética, cujo exército, dali a menos de dois meses, tinha invadido o país da seleção adversária e insuflado o espírito nacionalista de orgulho ferido. O jogo se tornou uma verdadeira batalha simbólica, conhecida depois como Blood in the Water (Sangue na Água)...

P.S.: A carga de estrutura dramática desses documentários é absurda!

Black Magic

Estive brigado com o basquete desde os quatorze anos. Black Magic, um documentário de Dan Klores, me emocionou profundamente e me fez apaixonar-se, como nunca antes, pela história do basquetebol norte-americano. Mais especificamente, o basquetebol negro. Uma verdadeira aula de história, sociologia, psicologia, antropologia, cinema e cultura popular...

P.S.: A propósito, cabe o registro: hoje, exatamente, se comemoram os 32 anos de aniversário da 600ª vitória de Clarence "Big House" Gaines como técnico de basquetebol. Se o homem ao menos tivesse uma oportunidade de cumprir 50 anos e, quem sabe, a 1000ª vitória na Winston-Salem...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

12 motivos para ainda acreditar no Timão

Obs.: Coisa de corintiano, ainda acreditar no campeonato? Claro! Apenas peço que me perdoem e compreendam: a longa ausência neste blog me fez sentir falta de interpretar de novo meu time querido, que, afinal, é compreensivelmente a parte do futebol que realmente acompanho...



1. Mano Menezes
O sucesso ininterupto desse gaúcho competentíssimo vem de muito antes de ele. Vem de outro mosqueteiro, conterrâneo seu, o Grêmio: campeão da Série B em 2005, de lá para cá, Mano só evoluiu com aquele time limitado (mais do que o Corinthians), chegando ao Vice-Campeonato da Libertadores! Parece até que as experiências boas e ruins, daquelas em que o aprendizado vale muito mais que o título em si, ele já passou e dispensa, como esperam os corinthianos supersticiosos. APrece mesmo, até porquê o time foi...

2. Campeão três vezes consecultivas
Com um técnico desses e desde a campanha duvidosa no Campeonato Paulista em 2008, o Corinthians acumulou três campeonatos consecultivos - a Série B, o Paulista e a Copa do Brasil. Em outras palavras, levou todos os campeonatos que disputou. Não é de se desprezar um retrospecto tão recente como esse, em especial quando o líder é o arquirrival Palmeiras - o mesmo que começou arrasando no Paulista e parou nas semifinais, para o nada-mais-que-razoável Santos...

3. O time vem se acertando
A sequência de derrotas gerou um prejuízo considerável na tabela, mas a cada jogo se via um time melhor em campo. Não merecia perder para o Náutico; e o único gol sofrido contra o Flamengo, embora tenha sofrido muito por boa parte do jogo, foi fortuito. Lesões, desmanche e desconcentração vieram na hora certa; o meio do campeonato. A depender da sequencia, é esse o ponto de virada, quando da ameaça de crise o time consegue responder dentro de campo: como um 2 a 0 pra cima do Galo, um dos líderes do campeonato. Isso dá confiança para embalar uma nova seqüência, dessa vez positiva, através do desempenho de jogadores como Jucilei, uma dessas promessas duvidosas de Mano Menezes, que é hoje a grande revelação do time.

4. Reforços promissores
Não se pode dizer que a ausência de André Santos, Cristian e Douglas sejam desprezíveis. Tanto que, com tão poucos desfalques, o time perdeu muito de seu rendimento e ficou cinco rodadas sem vencer. Mas agora que há espaço enquanto o time se reconfigura, parece mais do que oportuna a entrada de novidades como Edu, Ralph, Defederico... Alguns boatos deram conta de Riquelme, Lucas, Tévez e outros nomes do maior quilate (se qualquer um deles fizesse mais que isso e chegasse, enfim, seria sensacional!), mas quem sabe, até um Bill não será suficiente quando mais se precisar dele!?

5. Souza, e não Vágner Love
Eu nunca fui fã do futebol do Souza. Sinceramente, só consigo entender sua contratação pelo Corinthians sob uma ótica: a capacidade incrível de Mano montar ótimos times tirando o fino de jogadores razoáveis. E não consigo, em hipótese alguma, entender como ele pode ter o segundo maior salário do grupo, só perdendo pro Fenômeno! Mas a sua permanência na equipe é muito mais positiva, em termos coletivos e, portanto, definitivos, do que a chegada de uma estrela cheia de si, um possível problema para o alvinegro. Um guerreiro como Herrera faz muita falta, sem dúvida; mas, antes, meio Souza na mão do que um Vágner Love voando... (como fez na seleção, por exemplo!)

6. Dentinho e Dentão
Um estava marcado pela mídia desde o final do ano passado para ser vendido ao exterior; o outro, nem se imaginava pisando no Parque São Jorge há dez meses. Um vem se encorpando, em músculos e futebol, caminhando talvez para ser (aposta minha) um dos grandes jogadores da seleção em alguns anos; outro vem perdendo barriga, cintura e (não duvide, em breve) cabelos para voltar à velha forma, agilidade, velocidade, habilidade... azeitada, pode ser uma das mais letais duplas de ataque do Brasil - isso sem contar ainda, por exemplo, com a presença de um surpreendentemente útil Jorge Henrique!

7. A Defesa
William e Chicão formaram um miolo de zaga praticamente invencível por um ano e meio. Só fraquejaram quando podiam, no Brasileirão, logo depois da conquista da Copa do Brasil. Some-se um lateral direito eficiente como Alessandro - considerado por Mano Menezes o jogador mais importante daquela campanha vitoriosa. Se Sylvinho chegar para a esquerda, então, o time terá possivelmente sua melhor defesa na década.

8. Dentinho e Dentão
Um estava prometido à venda pela mídia desde o fim do ano passado; o outro nem se imaginava pisando no gramado do Parque São Jorge há dez meses. Um está "encorpando" - os músculos e o futebol; o outro, já perdeu barriga, cintura e tudo que tem direito para melhorar na agilidade, na explosão, na habilidade... azeitada, não seria uma das duplas mais fatais do ataque brasileiro? Isso se não contarmos com um surpreendente Jorge Henrique mais uma vez!

9. A Crise Econômica
Com a janela se fechando, já ficou evidente que a possível redução no êxodo de jogadores brasileiros para o exterior não se confirmou, mesmo com a Crise Econômica Mundial. Manchester City e Real Madrid que o digam! Como, a palavra "desmanche" foi rapidamente relacionada ao Timão e, ainda mais, a seu presidente - Andrés "Desmanchez" Sanchez. Fim do Mundo? Não; ao contrário: houve um efeito aparentemente prejudicial que pode ajudar o título na campanha do Brasileiro - sem toda aquela euforia fenomenal do começo do ano, quando se pretendeu cotas de patrocínio e jogadas de marketing grandiosas, o time pôde se concentrar mais no lado esportivo do futebol - e a toada segue essa!

10. Mais candidatos ao título
Ao contrário dos últimos anos, a disputa pelo título anda mais acirrada. Com isso, Palmeiras, Goiás, Internacional, São Paulo e Atlético Mineiro, só para contar os candidatos imediatos ao título, tendem a roubar muitos pontos entre si, exigindo um sprint menos intenso dos times que vêm de trás.

11. Descompromisso
Aparentemente, a única aspiração do Timão para o Campeonato Brasileiro agora é o título. A vaga na Libertadores já está garantida e "Lutar contra o rebaixamento" é uma opção que até agora só aparece na lista dos torcedores adversários mais fanáticos (hoje, o Cruzeiro, finalista da Libertadores, tem de pensar com mais pavor nisso). Com essa desobrigação, o Corinthians só tem duas saídas: se conformar em encarar o resto do ano como preparação para o próximo ano (hipótese aparente com que trabalha Mano Menezes) ou, se o time embalar de vez...


12. "O Silêncio dos Inocentes"
Embalando de vez, o Coringa vai aos poucos pintar de penetra entre os líderes e chegar perto... Se não dá (ainda) para pensar em título, ao menos vai assustar. Desmanche, contratações e lipoaspirações fizeram algum barulho nas últimas semanas; mas a toada é mais sutil, parece ser mesmo essa, como diria nosso querido Tião Fiel (http://www.lancenet.com.br/blogs_colunistas/tiaofiel/):
"Jason? Hummm sou mais o Hannibal Lecter - O silêncio dos inocentes."

São Paulo é Jason?

J - Julho
A - Agosto
S - Setembro
O - Outubro
N - Novembro

Pode até ser; mas e Dezembro, quando se decidirá o campeonato? Será que o tricolor vai fraquejar mesmo na reta final!?

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* Anagrama inspirado em comentário de telespectador do (excelente) programa da ESPN Brasil, Linha de Passe (todas as segundas, às 21h): http://espnbrasil.terra.com.br/Linha%20de%20Passe

domingo, 8 de março de 2009

Já é!

Tem coisa mais corinthiana do que fazer um gol sofrido no último minuto de um dérbi contra o Palmeiras, justo o de empate, depois de correr todos os riscos possíveis e imagináveis de levar outro no contra-ataque!? Tem coisa mais fenomenal do que contrariar todas as expectativas de um suposto ex-jogador parado no meio da área, chutando de fora da área, driblando e ultrapassando os zagueiros, indo à linha de fundo e cruzando para o companheiro na marca do pênalti!?

É por isso que Ronaldo já é um ídolo corinthiano! Deixou de ser puro marketing ao fazer todas as suas poucas mas inegáveis jogadas de efeito. A prévia já tivemos no jogo contra o Itumbiara, pela Copa do Brasil; agora, foi a vez do fato: ninguém merecia mais um gol do que o R-9. Com o pouco que fez, o Fenômeno foi, de longe, o melhor do jogo.

Ronaldo jogou muito!

P.S.: O passe inexistente de Douglas para o artilheiro das Copas no último jogo, em Goiás, no fim das contas nem fez muita falta; afinal, foi o camisa 10 quem cruzou o único escanteio na medida para o Fenômeno...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Douglas foi fominha, mas...

Houve um aspecto positivo no fato de o habilidoso meia não ter passado a bola para Ronaldo como todos esperavam: o time não pode depender do Fenômeno. Claro, isso não exclui a possibilidade de ele ter sido fominha, porquê foi - mas o sinal de que há quem assuma responsabilidades mesmo tendo o craque ao lado, no campo, por mais inoportuna que parecesse naquele instante, foi um alento.

Afora isso, todas as críticas e broncas que o camisa 10 corinthiano provavelmente recebeu - de companheiros de equipe, de jornalistas, dos filhos - já deve ser suficiente para evitar qualquer disputa estúpida de egos. Mesmo porquê a idéia de aparecer na foto da comemoração do primeiro gol de Ronaldo no Brasil depois de 15 anos, aparecendo para todo o mundo abraçado com o craque, basta para pensar em ser menos fominha da próxima vez. Mais ou menos como o 9 não foi, por voltas dos 43 minutos do segundo tempo, quando todos esperavam um chute improvável, mas arisco, do maior artilheiro das Copas...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sobre alguns posts abortados

“É que há distância entre intenção e gesto...” Fado tropical (Chico Buarque e Ruy Guerra)


Ser jornalista é uma paga, mas há muito maior pena em frustrar-se no resultado do trabalho do que propriamente em trabalhar. Se cabe ao jornalista a dura obrigação de estar sempre “por dentro de tudo que acontece no mundo”, de pesquisar e achar respostas e soluções para problemas que talvez nem os peça, de desenvolver a habilidade de enxergar coisas onde ninguém mais vê, além de saber transmitir tudo isso com clareza e precisão, o peso desses deveres para um estudante é ainda maior em razão dos demais compromissos e da “irremuneração” que o caracteriza. Eu particularmente tenho uma sincera hipótese sobre a psicologia reversa existente desde a educação pré-escolar até os confins da Universidade, através da qual, invariável e definitivamente contra nossa natureza, ansiamos por trabalhar; mas isso é uma outra história...

O fato é que, um certo dia, precisamente no dia 12 de dezembro do ano passado, deu-me na telha escrever sobre todos os assuntos prementes que envolviam especialmente o futebol brasileiro, mais um punhado de três dicas de reportagem. As mãos se contorciam freneticamente sobre o teclado, buscando apreender toda idéia que teimava em se mostrar fugidia. Um e outro desses posts eu cheguei a completar, talvez com algumas edições em dias posteriores. A maioria das mensagens ficou com alguns parágrafos incompletos, e alguns ainda não passaram de uma frase ou do próprio título como deixa para um desenvolvimento posterior. Escrevi mais um post novo três dias depois; e em mais dois, novamente outro, somando doze textos acumulados no rol de postagens. Estava contente de ter sido tão produtivo e de levantar o que poderia ser até 80% do volume de material (não necessariamente dos assuntos) a ser publicado na pré-temporada! Eu não quis postar múltiplas mensagens num só dia (o famigerado 12/12), então resolvi esperar alguns dias para publicá-las a conta-gotas.

No entanto, férias são férias; e vosso malemolente blogueiro caiu nas graças da benfazeja preguiça, esquecendo completamente de postar algumas das mensagens já completas - que, aliás, poderia programar para serem publicadas cada qual em momento diferente, fui saber depois.... Talvez eu pudesse me justificar com a sempre infalível desculpa das festas de fim-de-ano; porém, antes de tudo, não tenho jeito de mentiroso: reconheço o peso das festividades (assim como a da internet daqui de casa, que de larga só pode se dizer a respeito de nossa paciência), mas não são motivo suficiente para deixar de dar alguns cliques e publicar o que não custaria mais do que poucas ou nenhuma nova vírgula...

Se leite derramado não se chora, posso ao menos fazer menção honrosa e citá-los aqui, como uma homenagem póstuma. Alguns não relacionarei logo abaixo, especialmente as dicas de reportagem, pois ainda são aproveitáveis para outros momentos. Por fim, quem sabe, até possa usar um e outro por ora descartado em uma nova oportunidade... enfim, chega de blá-blá-blá: a seguir, os posts abortados com uma breve descrição do que se pretendia que fossem.

2008.12.17 - Ninguém tem olhos para o Mundial...
Neste post completo, uma breve passagem pelos resultados dos jogos preliminares do Mundial Interclubes, no Japão. Falávamos principalmente sobre a indiferença que se percebia aqui no Brasil quanto ao torneio; afinal, quem seria a LDU para fazer páreo aos Diabos Vermelhos como outrora fizeram Santos, Flamengo, Grêmio, Corinthians, São Paulo, Internacional...

2008.12.15 - O Flamengo precisa acertar "o Cuca"
Aproveitando o oportuno trocadilho (entre “Acertar o Cuca” e “Acertar a Cuca”), a matéria dava conta de um rápido levantamento acerca dos sucessos e fracassos dos últimos trabalhos realizados pelo técnico e pelo clube, prognosticando as chances dessa parceria dar certo.

2008.12.12 - O Flamengo em 2008: de Bacantes e Apolíneos
Bacantes eram os jogadores, que só ensaiavam espetáculos individuais e coletivos no campo e, fora dele, mais de uma vez se envolveram em. Bacante era a torcida, eufórica: lembremos do grito “Que torcida é essa?”. Baco era Joel Santana, o deus do delírio e da embriaguez a trazer a tiracolo seu herói folclórico: Obina! Nesse contexto, após uma súbita e frustrante interrupção - como é todo fim de bacanal – chegaria um apolíneo Caio Júnior, que fez até muito mais do que se esperava, mas não “casou” com o Flamengo. O texto estava completo.

2008.12.12 - 2008 - Sobre sonhos e contratações
Discutia as principais contratações envolvendo o futebol brasileiro: seja pela lista de “reforços” dos clubes, seja pela venda dos jogadores do país. Entre estes, destaques para Ronaldo e Thiago Silva; sobre os clubes, uma crítica aberta ao comando palmeirense, que desmontou e montou mais de um time inteiro como se do dia pra noite. Àquela altura não acreditava que poderia dar certo...

2008.12.12 - 2009 - Quem chega forte em 2009
Fazia avaliações sobre os principais elencos do Brasil no fim do ano, fazendo projeções a partir do que apresentavam de bom futebol, contratações, competições etc. Indo ao que interessa, mantenho minhas apostas, talvez adicionando o Palmeiras (caso a discutir): Internacional, Corinthians, Fluminense e São Paulo. Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras “correriam por fora” por conta da disputa da Libertadores e mereciam breve menção.

2008.12.12 - Caio Júnior: ainda buscando seu caminho...
Quinto lugar do Brasileirão com o Flamengo em 2008. Quinto com o Palmeiras em 2007. Quinto até com o Paraná, em 2006, quando o jovem treinador foi projetado pela classificação do clube para a Libertadores (naquele ano, o São Paulo abriria uma vaga adicional ao ser campeão da taça nacional na edição corrente e da continental no ano anterior). Caio Júnior precisa de um resultado de afirmação, como Celso Roth pareceu ter ensaiado em 2008. Talvez aquele estágio no Oriente Médio tivesse sido mais proveitoso, mas propostas do mundo árabe não faltarão...

2008.12.12 - Luxa: ele não é mais o mesmo...
Luxemburgo, que já foi herói da Academia com o ataque de 102 gols, chegou a ser agredido por uma facção de torcida organizada, num aeroporto de São Paulo. Mas eram os resultados que diziam: Vanderlei já não era mais o mesmo. Não ameaçara levar o Brasileirão por mais do que duas rodadas no meio do campeonato. Não fora campeão desde então (a não ser de um Paulista) e nem metia mais medo em ninguém desde que voltara do Real Madrid como (dizem as más línguas) um fracassado. Não se sabe se foi a sua “Escola de Futebol” (o Instituto Wanderlei Luxemburgo, IWL), suas associações obscuras com empresários e cartolas, ou se, simplesmente, ele perdeu a mão. A situação parece diferente hoje, mas ainda há pontos a esclarecer (um texto com as previsões sobre Luxemburgo e Palmeiras deverá ser publicado em breve).

2008.12.12 - De como Ronaldo foi parar no Corinthians
Nenhum clube brasileiro tem saldo suficiente para custear os salários do Fenômeno: isso é fato! A despeito de toda a indignação que alguns flamenguistas (e jornalistas!) nutriram pelo centroavante, é bem possível que este não tivesse muita escolha senão dar adeus à Gávea. Então, o mote do post girava em torno de seu patrocinador vitalício, a Nike, que certamente não teria interesse de entregar seu maior capital no futebol sulamericano a uma concorrente (o Flamengo rompera com ela recentemente e fechou com a Olympikus). Provavelmente custeando o seu salário, a fornecedora logo tratou de encaminhar Ronaldo para o clube com a segunda maior torcida do Brasil, o Corinthians, no que pode ser considerado o grande acontecimento na História do marketing esportivo brasileiro.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Estouro!

Meu primeiro "estouro" como estagiário: o risco inaugural iminente, a vez em que corri os perigos de ser duramente repreendido - justo quando tenho às vistas a possibilidade concreta de me desfazer da síndrome do voluntariado e finalmente me tornar um bolsista... "que haja a cruz!".

Naturalmente, levei um pouco da culpa pelo que aconteceu sem que tivesse de fato responsabilidade, sendo apenas um estagiário. Bati meu recorde pessoal de insônia para terminar um trabalho e, em troca, só recebi motivos suficientes para esbofetear alguns rostos. Bem que o quis, profundamente; mas...

O pior, o que me irrita mesmo, é que a minha Universidade, a maior IES particular do Estado, se gaba (através de alunos, estudantes e marketeiros) de uma estrutura que não tem ou, pior, não utiliza da melhor maneira. Veja se não é um estrago ter equipamentos caros que não funcionam direito, técnicos que não querem ou não sabem trabalhar, cuja projeção social mais atende aos interesses particulares de seus manda-chuvas do que realmente à sociedade.

Costumo ser visto com certa compaixão débil, por manter utopias próximas à mente. Mas, não raro, temo ser demasiado crítico: já realizei amplas conjecturas que, não obstante falhando em desvendar a maioria dos detalhes, apreende de modo razoável o espírito das coisas que me envolvem, pressionam e incomodam... É um modo de sobreviver, mas que ocasionalmente me custa um pouco do anticeticismo e da coragem.

Enquanto escrevo este post, aliás, ainda corro riscos: a burocracia que nunca me foi exigida no Esporte me pegou de surpresa nessa nova ventura; e não tenho até o momento nenhuma das garantias e ressalvas para a exibição pública do programa, os filmes exibidos, os debatedores... Enfim, rigorosamente, estou coma corda no pescoço de modo até mais arriscado!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Corinthians e as muitas funções do “Se”

Há muito tempo deixei de estudar a gramática rotineiramente, matéria da qual não guardo as mais tenras saudades. Tampouco sou gramático; apenas tento arduamente me tornar jornalista esportivo, quiçá com outros empregos e trabalhos em paralelo. Porém, a situação atual em que vive o time do Parque São Jorge me fez lembrar de algumas das funções do “Se”; desde pronome até conjunção...

[Pronome em Voz Passiva]
Vê-se que sobre o Corinthians só se faz festa: muito se falou, não apenas na imprensa, mas ainda entre jogadores de outros clubes de outros estados, sobre a contratação de Ronaldo Fenômeno, por exemplo. Grande tacada de Marketing, sem dúvida! Aliás, não vi em nenhum outro lugar loas tão contundentes ao marketing alvinegro quanto neste mesmíssimo blog. Pois bem talvez por isso seja necessário que também eu, antes que o time estreie no Campeonato Paulista, ponha o pé no freio e aponte alguns alvos críticos para quem tem o mínimo de preocupações.

[Conjunção de condição futura]
O ataque do Corinthians é absolutamente generoso nos “se” condicionais: Se o Fenômeno emagrecer...; Se ele jogar 10% do que jogou na vida...; Se Acosta se reabilitar...; Se Souza for o mesmo artilheiro de 2006...; Se Dentinho estourar...; Se Jorge Henrique jogar como nunca jogou no Botafogo...; Se Otacílio Neto deslanchar de vez... São muitos “Se” lançados com expectativas variadas ao futuro e nenhuma certeza! Para um clube que se saiu tão bem nas jogadas de marketing em 2008 não ter uma única certeza convincente é, no mínimo, um contra-senso!

[Objeto Direto]
Não retiro com isso qualquer favoritismo do “Todo-Poderoso”, nem o atribuo estritamente ao departamento de marketing: longe de mim! O clube preparou-se muito bem desde o início do ano passado; soube se aproveitar da situação para “revolucionar” a Série B brasileira e reposicionou-se no cenário esportivo nacional e até mundial ao reverter subitamente uma imagem arruinada de clube rebaixado para outra vitoriosa, de candidato a tudo que disputa. Compôs-se de um time forte, com um treinador muito competente, que também se portou de forma exemplar para fortalecer a equipe.

[Índice de Indeterminação do Sujeito]
Falou-se tanto da falta de atacantes no Parque Antártica que o Parque São Jorge até parece um paraíso dos artilheiros. Comissão técnica e dirigentes que fiquem alerta à real condição do time na linha de frente, em potencial até melhor do que as competentes linhas de meio-de-campo e defesa (além, claro, dos goleiros), mas que não é ainda realidade. Confiou-se muito nestas contratações duvidosas. São apostas, meus amigos – por enquanto, nada mais que isso!

[Conjunção de condição pretérita]
Que tanta indefinição não sirva para compor, daqui a alguns meses ou anos, mais uma das funções do Se: aquela infeliz e mal-querida condição do passado, geralmente precedida de uma interjeição e finalizada com um suspiro... “Ah, se o Corinthians tivesse contratado o Fred...”, “Ah, se tivessem repatriado o Bobô”, “Ah, se conseguissem acertar com o Cléber Santana”, “Ah, se o Liedson...”

Voltando de férias não anunciadas

Olá, caros leitores!

Permitam-me pedir-lhes sinceras desculpas por ter saído de férias desde meados de dezembro sem anunciá-lo com antecedência - nem tampouco a volta... juro que isso se deu em condições excepcionais e que não voltará a acontecer!

Sei que se trata de uma atitude nada profissional, mas vamos aos fatos: primeiramente, era a época das festas de fim-de-ano, quando todos relaxam, precisam dedicar tempo à família e ao descanso. Também é bem possível que nem vocês tenham dado falta dos posts, mesmo porquê não se registrou por aqui nenhum protesto.

Em segundo lugar, viajei de última hora na virada de ano, me demorando alguns dias a mais do que o planejado. Isso fez com que perdesse um punhado de textos que já estavam engatados, quase-prontos para serem publicados aqui no blog... O tempo passou e ficaram desatualizados; mas, vá, não foi nenhum pecado mortal: afinal, eu estava no litoral cearense!

Talvez por isso tenha pegue uma doença misteriosa, que compartilhava sintomas entre dengue e hepatite - diagnóstico do qual estou privado até hoje... Isso me atrasou também na volta ao estágio na TVU: e agora, uma semana depois do que pretendia, tendo sido escalado para fazer algumas edições atrasadas do programa 'Cineclube' estou a mil para recuperar o tempo perdido... Doença e trabalho redobrado: terá sido macumba de alguém?

Aliás, eu me sinto mesmo desobrigado é por não ser exatamente um profissional (não sou formado, tampouco sou pago para alimentar o blog) e, mais ainda, por acreditar que nesse exato momento a legião de leitores que me acompanha se resume às visitas esporádicas de uma generosa e bem amada namorada - já que além de seus comentários pessoais nunca vi um único outro escrito por aqui...

[Até por isso, cabe um intermezzo romântico: Titinha, te amo!]

Mas como sou ungido pelo e devoto do "fator zero", precisava respeitar a entidade "leitores" e, humildemente, lhes explicar minha nem tão irresponsável ausência.

Abraços e até o próximo, bem próximo post!