sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Tite, Mano, ingratidão, falta de memória - e possível transição

Comentário à provocação: "Mano Menezes pediu demissão do Flamengo. Tite balançando no Corinthians. Mera coincidência?"

::::::::::::::::::::::::::::

São poucos no mundo que podem dizer que em 2 temporadas (restinho do brasileiro de 2010 + 2011 e 2012) fizeram de um time campeão nacional numa liga como Brasil, continental e mundial. Uma escalada enorme! Guardiola é o exemplo mais próximo, e ainda assim, há que se considerar que a diferença de recursos e mesmo de filosofia a longo prazo entre os dois clubes é considerável. Vou cometer o desatino aqui de comparar ainda com outro europeu: Sir Alex Ferguson levou 3 anos para ganhar uma copa nacional, 6 para um inglês e 12 para um continental e mundial!

O futebol brasileiro ainda vive uma realidade bem diferente do futebol europeu; e a gente meio que esquece disso. Os jogadores de talento raramente ficam por aqui, até por que sonham em ir pra lá. Assim fica difícil montar times absolutamente estáveis por muitas temporadas; só um trabalho a médio e longo prazo pode dar algum equilíbrio. Mas como o próprio Tite afirmou, a cultura do nosso esporte aqui é da troca - e aí nem torcedores, nem mídia, nem dirigentes e nem os próprios treinadores acreditam nessa possibilidade... mas descartá-la é apenas uma "prudência" fantasiosa.

A "ingratidão" (até o limite do profissionalismo) e a falta de memória são absurdas nesse país, inclusive com treinadores de futebol, que por aqui só tem salários astronômicos como forma de justificar a dança das cadeiras - senão, porque técnicos daqui nunca fazem muito sucesso lá fora (exceto nos EUA, Japão, Mundo Árabe...)!?



Agora, se o próprio Tite estiver acertando sua saída, por exemplo, para a Inter de Milão em 2014, e assim avisou à diretoria que procurou o Mano - aí a "transição" seria interessante, na minha opinião. Isso eu não veria como problemático; ao contrário, seria a melhor troca possível, se inexorável.

Não seria prudente ao Tite anunciar saída agora, em meio a uma crise ainda administrável e contornável, para entregar o foguete ao Mano, com a história que ele tem no clube e pretenderia continuar em breve. Nem seria ético (muito menos inteligente) por parte do Mano continuar no Flamengo pensando já em outro clube, ainda mais na situação de risco do Flamengo hoje. Um não poderia esperar a crise piorar para sair; o outro não pode deixar piorar para deixar o próximo já em crise. Mas tudo dependerá dos resultados vindouros...

Nessa hipótese, tudo se encaixa. Aposto que, se uma coisa tem relação com a outra, é por essa linha.

sábado, 7 de setembro de 2013

Marín, Del Nero, Sánchez: o jogo mudou, sim!

#Futebol Há pouco tempo, quando o "honorável" Ricardo Terra Teixeira renunciou a seu cargo biônico de presidente da Confederação Brasileira de Futebol, lembro-me muito bem das objeções que recebi pelo comentário otimista de que, finalmente, algumas coisas estavam para mudar no futebol... "farinha do mesmo saco!", "não muda nada!!!" - por aí vai... Tudo natural, muito democrático - que assim seja. Não seria nada que tivesse me marcado negativamente não fossem duas coisas muito fortes: o niilismo generalizado de gente quase sempre tão jovem quanto eu e uma certa censura moral implícita por "se passar por tão ingênuo"... não bastava dizer ali que não acreditava na idoneidade absoluta de José Maria Marín, que não achava que aquela era a solução para todos os problemas desse amado esporte nacional, que o mínimo desequilíbrio de forças ali envolvido já seria algo interessante e oportuno... Não! Eu tinha que me mostrar cético e um tanto cínico... era a lição implícita ali!

A cinco dias de completarmos um ano e meio da posse de Marín, tivemos algumas alterações nos campeonatos e no calendário brasileiro, na detenção dos direitos de transmissão, um Corinthians antipático aos donos do poder da hora e um São Paulo mais... "acolegado"... e, acima de tudo, uma novidade muito bem vinda: temos oposição na CBF, coisa que não tivemos por mais de 20 anos de "Dinastia Ricardo Terra". E note-se que o jogo político agora "entorna" não só no Brasil, mas a nível continental e internacional, com Conmebol e FIFA, envolvendo figuras como Maradona e Romário... em suma: a coi-sa- mu-dou. E, por mais que não estejamos em nenhuma maravilha (longe disso), algumas dessas mudanças aconteceram até bem mais rápido do que eu imaginava...

Ânimo em lugar de animosidades - mas é assim: políticas, políticos, xamegos à parte...

Quando os amigos quiserem contestar o que digo peço que não desconsiderem esse direito e se manifestem sem reservas; mas que estejam prontos para aceitarem o meu lado também - e de fato considerarem meus pontos. Se expresso minhas opiniões aqui ou em qualquer outro lugar público é porque de fato quero ter retorno, ouvir opiniões diferentes ea té contrárias; mas de forma que caminhemos todos a a lugares e ideias melhores do que tínhamos antes. Poucos foram aqueles que procuraram contribuir para o refinamento dos argumentos, enriquecendo o debate. Agora, se me quiserem para reforçar a mesma apatia de sempre, me desculpem, estou fora!

_________

P.S.: só entenderão isso como uma exortação desenfreada à chapa de A.Sánchez os que não lêem o que escrevo, os que lêem e não entendem ou os pobres de espírito que lêem, entendem mas ignoram.